“Cada suicida é um poema sublime
de melancolia”. Balzac
[...]
Abre a gaveta da escrivaninha,
Cisma, pondera e finalmente
Agarra a arma com punho fremente,
Ergue-a, olha e engatilha.
Por um instante ele hesitara,
Mas já com o cano frio na boca,
Ouvira uma voz maligna e rouca:
- Vamos, dispara!
Na parede o sangue e a massa encefálica
Formam então um quadro impressionista,
Última obra de um grande artista
Que sucumbira a uma crise melancólica.
Hoje os insensíveis ressaltam o seu declive,
Mas entre os artistas das gerações futuras
Um brado contínuo elevar-se-á às alturas:
- Vamos, revive!
[...]
Edwin Fernandes Xavier...
Caxias, 23 de agosto de 2010.
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