sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Das alturas clamo a ti, poesia.

Eu sou um flâneur de visões totalmente inadequadas,
À espera de uma mudança que finalmente me interesse,
Olhando obliquamente para deusas desengonçadas
Que vivem implorando por pelo menos uma prece.

Contemplo o fluir e o refluir de toda esta vida efêmera
E não encontro uma resposta que realmente satisfaça,
A gnose é uma mentira, a ciência é uma quimera,
Esvaecendo-se em meu cérebro como nuvens de fumaça.

Construo caminhos ininteligíveis aos desatentos,
Sublimando toda emoção que seja pura.
Expresso meu sentir num pensamento
Que me fere, mas ao mesmo tempo é o que me cura.

Encontro-me aqui, onde o ar é frio e rarefeito,
Digladiando com a incerteza existente em cada dia.
Respondo aos meus anseios mais insatisfeitos
Extraindo a concretude de um poema do abstrato da poesia.

Edwin Fernandes Xavier..
Caxias, 07 de outubro de 2009.

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