sábado, 24 de julho de 2010

(In)decisão

O meu cabelo não se decide entre
o enrolado e o liso.
Minha estatura não se decide entre
alta e mediana.
Meu humor não se decide entre
o choro e o riso.
Minha mente não se decide entre
ser sã e ser insana.

Minha aflição não se decide entre
o pêndulo e o poço.
Meu temperamento não se decide entre
a calma e o alvoroço.
Minhas ações não se decidem entre
a contradição e a razão suficiente.
Minha vida não se decide entre
ela mesma e a morte.

Este poema não se decide entre
o palpável e a abstração.
As estrofes não se decidem entre
rimas intercaladas e a sobreposição.
Mas talvez tudo isso já seja decidir. Ou não...
Pois o próprio eu lírico não se decide agora, entre
o decidir e a indecisão.

Edwin Fernandes Xavier...
Caxias, julho de 2008.

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