sexta-feira, 23 de julho de 2010

Devaneio noturno

Numa noite repleta de imagens obscuras
O desejo de morrer vem lancinante.
Entre árvores secas, luzes baças e sepulturas
Vejo a barca atravessando um rio errante.

Ouço os silvos do remo do barqueiro,
Este fiel acólito dos infernos,
Figura mórbida de olhos sobranceiros
Que por uma esmola nos conduz ao mundo interno.

De tudo quanto nesta vida tenho perguntado,
Se ele me trouxesse uma resposta sequer,
Minha alma eu lhe entregaria de bom grado
E beberia depois toda a água do Lethé.

Pois contemplar por um instante uma verdade imortal,
Independendo da permanência da lembrança,
Me faria partícipe da grande consciência universal
E da felicidade que somente senti quando criança.


Edwin Fernandes Xavier...
Caxias, 16 de setembro de 2009.

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